2017/12/30

FLOR DE LÓTUS




FLOR DE LÓTUS 


Ah, genuína beleza, a silhueta,
Alma perene duma fonte santa
Qu'embala o sonho p'lo coração,
A eleita, misterioso seu botão!

Olhar-te, minha flor de manhã anil,
Adormecer p'lo teu frescor amante,
E adivinhar o teu corpo macio
É sonho que todo ser tem p'la mente.

E, eu sonho p'lo mistério ante pétalas,
Duma grã-natureza, quem criou
Tão doces olhos e me acordou,

Q'outro dia cândido assim olhou!
Era a visão dum universo, que me sou,
Que gravou Flor de Lótus p'las memórias.

© Ró Mar

2017/11/12

A LUZ DE TEU OLHAR


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A LUZ DE TEU OLHAR


A luz de teu olhar, deixa-me perplexa numa mesura infinita, em que me deleito e descanso, num silêncio profundo. À margem das tuas reais pestanas leio a suavidade do dia, e assim surge a emblemática paisagem pela minha alma, repleta de vida.
Vida que espreguiço pelo teu olhar, a madressilva, e levo comigo a melhor das poesias para cantar pelos beirais de outros dias. 

Minha amada, amante, paixão que me seduz e embala pelo solstício de um amor de cor una a todas as eras.

À noite o dia transborda, pela tua quimera, e meu corpo sente a alquimia que abraça o universo e dá espaço para muitos outros versos, onde a humanidade é senhora de coração azul, tal e qual a luz que tu irradias, e a vida é céu aberto, tal as tuas nobres 'meninas'.

Cantarei, cantarei a tua mocidade aos quatro cantos do mundo e jamais me cansarei! 

Se te perder de vista sei que vou conseguir continuar o caminho, pois, é tão intenso o meu desejo que não há nada que o faça desfalecer a não ser certo dia que apossará minhas pestanas! Esse, é parte natural a que pertenço e ninguém, nem mesmo tu me podes livrar. Mas, sei que parto feliz, pois, tive o privilégio de prosear contigo e isso ninguém me poderá tirar e levarei comigo para a vida plena, onde tu serás parte de meu olhar pelo mar sereno, décadas de uma perene paixão.

© Ró Mar

2017/11/06

QUANDO ACORDAVAS EM MIM


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QUANDO ACORDAVAS EM MIM


Ah, queria ter-te aqui bem junto a mim,
Rente ao coração, que é parte de ti!
Sentir aquele abraço, sem mais fim,
Que davas quando eu olhava para ti.

Ah, queria ser o luar em noite de verão,
Beijar o azul do céu e rete-lo em mim!
Sentir aquele aroma de jasmim
Que libertava quando te tocava ao coração.

Ah, queria ser a lua em quarto crescente!
Sentir aquele ondeado de constelações em mim
Que guiava quando vibrava o mais que presente.

Ah, queria ter-te aqui bem junto a mim!
Sentir aquele dia sereno e estuporante
Que pestanejava quando acordavas em mim.

© Ró Mar 

2017/11/03

SERENATA




SERENATA


Vou cantar-te esta noite à luz da lua,
Uma canção que fiz só para nós!
Fala de amor, de quando estamos sós,
E de nós de mãos dadas pela rua…

Nos versos te pintei e te dei voz!
Nos versos te despi e deixei nua!
Numa história de amor, que é minha e tua,
Em ti o meu poema se compôs!

Abre o teu peito amor, vem à janela!
A noite é de luar, serena e bela…
Mostra-me esse sorriso de gaiata!

Escuta ao som de guitarras e de banjos,
Como vindas do céu em vozes de anjos,
Só para ti a minha serenata!...

© J. M. Cabrita Neves

2017/11/02

AI O AMOR, LÁ PELO ALTO CÉU!


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UNO PAPIRO! E O AMOR?
AI O AMOR, LÁ PELO ALTO CÉU!


Oh, 'lua' amiga, leva-me, daqui embora,
Para bem longe, lá pelo alto céu, onde és, 
Luz, estrela de todas as noites, linda senhora!
Quão alvo teu manto, brilha o azul que és!

Quão alvo teu manto, brilha o azul que és
Em meu olhar! E o amor? Ai o amor, lá pelo alto céu,
Onde as estrelas são sorrisos 'crianças' a cintilar!
Quão sereno o universo que assim se faz!

Quão sereno o universo que assim se faz,
Baloiçar pelo tempo e sentir que há paz!
Utopia que desejo rabiscar ao luar do teu olhar,
Uno papiro! E o amor? Ai o amor, lá pelo alto céu!

© Ró Mar

2017/10/16

" UMA CHUVA DE AMOR "




" UMA CHUVA DE AMOR "


Neste dia do céu choveram flores,
Que um siroco suave foi soprando,
Ficou feliz a terra com odores
Chegando a toda a parte, perfumando.

São pétalas de rosas, várias cores,
Que foi todo este chão atapetando,
Lembrando por sinal chuva de amores,
Que do mais alto céu ia chegando

Ouviu-se por instantes as trombetas
E dos anjos as brancas silhuetas,
Fluíram de um azul celestial.

Pombas brancas de alvura florescente
Fizeram com amor uma corrente
E o bem cantou vitória sobre o mal.

2017/10/15

SINTO O 'MAR' QUE TODOS SENTEM


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SINTO O 'MAR' QUE TODOS SENTEM


Quando eu nem penso e digo que tenho o 'mar' 
Tenho-o em mim, tão real, e olhem que não minto!
Não porque o veja, mas, porque em mim sinto,
Sinto azul o momento que persisto amar.

Se sinto que o 'mar' é parte de mim 
Por onde andará parte que nem sinto em mim!?
Afinal, que ser sou, vou de encontro a um 'mar'
De que nada sei e nem sei se me quer amar!?

Ah, que 'mar' é este, que insisto ter em mim,
Que nem me dá paz!? Ainda assim o quero em mim.
E, olhando a natureza dele, nem penso,
Digo que o sinto no momento tão extenso.

Olhem, o que eu vejo, o que digo por instinto
E se nada virem não se inquietem!
Porque eu também não o vejo, mas, o sinto,
Sinto o 'mar' que todos sentem.

© Ró Mar

2017/10/12

E MAIS QUE TUDO, QUE É UNO VERSO


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DÁ TUDO, E MAIS QUE TUDO, QUE É UNO VERSO


Quantas, e, quantas são as vezes que abraço o sonho!
Dá voltas, e mais voltas, à raiz do pensamento;
Dá sereno, e mais que sereno, momento;
Dá tudo, e mais que tudo, que componho.

Quantas, e, quantas são as vezes que abraço essa vida!
Dá voltas e mais que voltas ao coração;
Dá equilíbrio, e mais que equilíbrio, a qualquer estação;
Dá tudo, e mais que tudo, que me tem adormecida

Pelo infinito. Anil que assim quero sempre viver!
Dá voltas, e mais que voltas, pelos ares;
Dá tudo, e mais que tudo, que me quer amanhecer

Pelo expert olor. Luz que assim floresce as flores!
Dá voltas, e mais que voltas, pelo universo;
Dá tudo, e mais que tudo, que é uno verso.

© Ró Mar

2017/09/29

SONHAR...


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SONHAR...


Sonhar é realidade tão concreta 
E definida como a própria vida
Em que deleito o ponto de partida na reta
De uma lenda que não é uma mera lenda.

Realidade palpável no momento
Em que vejo outro universo, e até o sinto,
Que me deseja tão simples quanto ele é 
Pelo tempo infinito do minuto que é.

Desejo atingível na corda bamba
De uma vida que aspira a plenitude
Pelo mundo e que acredita numa nova pomba, 
De asas multicolores, o sinónimo de felicidade.

Sonhar é utopia que transparece o dia,
Pela sensação lunática de um novo começo,
Que amanhece o ser e põe a realidade em dia
Mágico e soberbo de um azul onde me enalteço.

© RÓ MAR

2017/09/06

DE UM AZUL QUE AMOU O MUNDO


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DE UM AZUL QUE AMOU O MUNDO


Quem te compôs em flor
Foi de certeza o amor
De um beijo enamorado,
De um olhar tão azulado

Quanto um céu pré-estrelado;
Quem te amou tão intenso
Foi de certeza amado;
E, assim sente-se o incenso

Que perfuma outros dias
De um olor tão profundo
Quanto o mar que sorrias;

Quem te leu os traços da alma
Foi de certeza a calma
De um azul que amou o mundo.

© RÓ MAR

ÉS AZUL!




és azul!


meu azul esperança
nas cordas do tempo
como se fosse criança
espreito assustada
cheia de espanto
admiração na cor 
no traço e nuance 
como se estivesse em transe
aquele momento sem palavras
sem ruído e poluição
onde atracam as frases
limpidas do brilho e cheias de luz
daquele que nos fadou coração
que no universo produz
e ao mundo traduz-se
naquele azul azulado
de terra mar céu e ar
um fogo de respirar
a jovialidade de ser 
uma serenidade de estar
parada naquele tempo 
criança a olhar
a aprender e a ensinar 
a pôr a laca triunfante 
a todo o ser que amar
serás meu azul amante
na dimensão sextante

© carvalhosa'ana

2017/05/31

MAIO, NÃO VÁS EMBORA…!



MAIO, NÃO VÁS EMBORA…!


Maio, de cinco sentidos, que entre as flores 
Brota o primor de lindos amores,
Não vás embora sem antes deixar
Pelo caminho o teu doce perfumar!

Pelo caminho o teu doce perfumar
E em meu coração a flor, da primavera, 
De cinco estações, para bem recordar
Que és o mais belo mês e não a quimera!

Que és o mais belo mês e não a quimera,
De cinco sentidos, rodopiando ao acaso,
De um vento, de um solstício temperado,
De sonhos vai-e-vem, ah quem me dera!

De sonhos vai-e-vem, ah quem me dera
Ser balão de ar, de cinco estrelas, saltitar
Pelas orbitas de um só olhar a primavera,
Ainda em Maio, baloiçando o verbo amar!

Ainda em Maio, baloiçando o verbo amar,
Beijando num sempre o azul de um olhar!
Não vás embora sem antes ensaiar
A valsa, de cinco véus, mão em mão a par e par!

© Ró Mar