2016/05/03

AZUL A COR DECERTO DE AMAR




AZUL A COR DECERTO DE AMAR


Quando a saudade tem a cor do céu
O infinito é tão perto, 
Tão perto do meu coração,
Tão longe das asas do vento!
Rente ao pensamento dança pelo véu
Que tem a cor sentida da paixão:
Azul de um outro mar, 
Azul de um outro céu,
Azul a cor decerto de amar.

Quando a imaginação prende ao azul celeste
O infinito é tão perto,
Tão perto do meu pensamento,
Tão longe do universo real!
Rente às mãos do surreal
Que têm a cor estampada do sonho:
Azul de outro planeta que me olha,
Azul de outro ser que me veste,
Azul a cor decerto que eu componho.

Quando tais tons preenchem a branca folha,
Há uma alma que tem vida anil saudade,
Há um amor de verdade,
Há um sentir que voa pelo ar,
Há um coração que tem sede de infinito,
Há um silêncio que emite felicidade:
Azul de um outro mar, 
Azul de um outro céu,
Azul a cor decerto de amar.

© RÓ MAR

2016/05/02

PERDI-ME NO AZUL


Imagem - "Nu Azul III" Matisse


PERDI-ME NO AZUL


Perdi-me no azul.
Uma cor como as outras.
Um azul não celeste,
nem mar, nem ar.
Azul.
Nem o fogo o conhece,
nem a terra o amortece,
o azul que é só, e tão meu.
Um azul que não tem cor,
apenas ansiedade pessoal,
e a vontade de o ter aqui.
Troco tudo pelo nada,
em toda esta calma,
apenas dominada pela cor.
Trocar a calma com a alma,
sem sentir os sons da dor.
Perder-me será azul,
será esta a cor que amo,
como amo toda as cores.
Mas o azul...
O azul, o céu e o mar,
uma razão por encontrar,
ter-me a mim, por um olhar.
Tenho laivos egocêntricos,
de todas as cores,
com a memória do amor,
e dos arrepios que sinto.
Quero azul sem qualquer pudor,
quero a verdade presente,
e a certeza que não minto.
Quanto azul tem o amor!?
Perder-me no azul,
No meu, no céu e no mar.
Perder-me para sempre,
num azul omnipresente,
até ter a coragem,
e um dia, te encontrar.

© Carlos Lobato