A TUA AUSÊNCIA...
A tua ausência... rosa ébria e seca ao luar
Que se inebria na pena leve e suave
D’ um doce cantar a sereia do mar.
Voa nos rios sinuosa e brilhante
Como uma lágrima que quer navegar
Até ao enredo dos teus olhos e lá ficar.
Nas ondas do teu fino cabelo nasce a clave
Que dá brilho à singela pena que ao escrevinhar
Vive a saudade do beijo mergulhado no mar.
São traços a azuis que se elevam
À superfície e elegem o recordar
D’um secular olhar, o que deveras vale a pena amar.
A tua ausência… vogal e consoante,
Fonemas que se inebriam na pena leve e suave
Em metáforas de ritmo, áspera rosa sonante.
Esvaísse o pensamento nas almas do coração
E tudo fica um vazio, uma metade errante
Que se quer achar pelo vento que teima e parte.
Não seja por isso, sou um todo, olha a poesia
Invés, poucas palavras na letra distante…
O mundo, um poço de abismo e também utopia.
A tua ausência… a margem branca que se veste
Na lágrima que se inebria na pena leve e suave
E cintila a harmonia de corpo celeste.
© RÓ MAR